Na bagagem de agora um adeus entre-dentes, uma calor-frio a derreter o que de bom ainda persistia. E a ida não anunciada!
Uma vida curtida/ferida, no limiar dos ossos, como prenúncio de um ano que verdadeiramente não terminara, e que solicitava sardônico uma fortaleza que a senhora de olhos injetados – nunca se sabe se de álcool, dor, ou aditivos diversos – não teve, nem teria, nem queria...então fingia para os amigos que cada dia era o último, fingindo para si que vivia...
E tudo passou a ser bruma que não se dissipa, apagando de leve as ilusões. Por fim, fechou a porta do quarto da menina que ela fora atrás de si, sem estrondo para não acordar os que a amavam...Devagar desapareceram os projetos, os livros a ler, a vontade. Inaudível o som de sua própria voz. O olhar antes ávido não enxergava mais os caminhos. Então, letárgica, fechou as asas, as janelas, o tempo. Apagou-se tudo...
Uma vida curtida/ferida, no limiar dos ossos, como prenúncio de um ano que verdadeiramente não terminara, e que solicitava sardônico uma fortaleza que a senhora de olhos injetados – nunca se sabe se de álcool, dor, ou aditivos diversos – não teve, nem teria, nem queria...então fingia para os amigos que cada dia era o último, fingindo para si que vivia...
E tudo passou a ser bruma que não se dissipa, apagando de leve as ilusões. Por fim, fechou a porta do quarto da menina que ela fora atrás de si, sem estrondo para não acordar os que a amavam...Devagar desapareceram os projetos, os livros a ler, a vontade. Inaudível o som de sua própria voz. O olhar antes ávido não enxergava mais os caminhos. Então, letárgica, fechou as asas, as janelas, o tempo. Apagou-se tudo...
Anne Damásio