domingo, 18 de julho de 2010

escorregadia...


Sabe daquele tempo em que teimosamente queríamos viver situações ideacionais, como se tudo que se configurava não fosse suficiente para expressar esse encontro de almas? Ele passou...e você se foi escorregando de mim, nessa brincadeira de fazer beicinho e tomar chá de sumiço – sempre deixando esse rastro de inviolabilidade, de desejo incontido porque não saciado.

E então, depois de tanta convivência/conivência, você resolve passear por aqui, brincando de quando em vez de permanecer...me assusto com esse novo jeito de corpo, com esses encontros fundados no desejo que habita aqui dentro, aquele de antes lembra? E quando você se vai, a gente fica com fome dele de novo. E te vejo entrando no espaço que nos gestou lentamente, “causando moça?” meio que deslizando nesse arco-íris que lhe serve de tapete...um menino linda!!!! Mas naquele espaço de corpos castrados tenho que conter o desejo, e ele permanece dormindo aqui dentro, porque aqui dentro eu sei que ele não vai embora nunca. Não machuca, só cintila...é brilho, como diria você, purpurinado...como diria eu lacinante, escorregadio, luz que fica!!!Então brinca mais vezes de me deixar te olhar, brinca de ficar de vez em quando, prometo te fazer sopinhas e escorregar naquela curvinha onde deposito gotas de limão...Prometo te amar desse jeito torto...

Anne Damásio

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